Technology and Children

Blog about new technologies and their impact on education, incorporating a focus on innovation and STEAM.

Thursday, June 29, 2006

Em uma visita recente que fiz à Inglaterra, eu tive oportunidade de visitar uma sala de aula onde a tecnologia era ubíqua. Tudo que um educador poderia sonhar, estava presente. Como podem ver na foto ao lado, tinha lousa digital, laptop para cada aluno, paredes de fórmica magnetizadas que poderiam ser espaços para escrever ou pendurar trabalho... Enfim, só não vi tablet e PDAs. Mas o que eu mais gostei de ver nessa escola experimental é que a ênfase não era na tecnologia, e sim na melhor pedagogia para aproveitar a presença da tecnologia para fazer a criança aprender melhor.

A tecnologia permitia aos alunos terem novas ferramentas para participarem mais ativamente da aula. Eles agora eram os protagonistas, autores, atores. Eles criavam novos mundos multimídia, pesquisavam informação em inúmeras fontes, eram testados e já recebiam o resultado na hora para poderem planejar melhor seu próximo passo...

Era uma verdadeira sala de aprendizagem. Todos pareciam muito motivados, tanto alunos como professores. A curiosidade natural da criança era aguçada por novos desafios a serem explorados, vencidos. Os alunos podiam testar suas hipóteses, medir as conseqüências de suas decisões. Assim eles iam se tornando mais seguros, mais autônomos, e passaram a não ter medo de tomar iniciativas. Verdadeiros cidadãos do século XXI.

A tecnologia estava presente a tal ponto que acabou tornando-se transparente, e os esforços eram dedicados à aprendizagem. É isso que devemos alvejar ao fazer projetos de tecnologia. Fazê-la servir à educação, e não o contrário.

Wednesday, June 28, 2006

Ao aprender a usar esta ferramenta, eu vejo como podemos ficar expostos. Eu andei explorando as ferramentas desse site e vi como ele automamticamente conecta as pessoas com os mesmos interesses que eu. Fascinante.

Percebo que grande parte de nossos alunos / filhos não têm noção do quão público estão ficando os seus pensamentos. Para eles, escrever aqui é a mesma coisa que uma conversa escondida no banheiro. Acham que podem falar o que quiserem e que isso não prejudica ninguém. Mas já não estamos mais no tempo do diário trancado a 7 chaves. É interessante lembrar que antes um diário era algo super secreto, e ai de quem xeretasse no diário da irmã. Hoje, parece que os adolescentes adoram expor seus pensamentos para o mundo inteiro ver.

Essa falta de percepção de limites é que torna a super-exposição tão perigosa. Às vezes estão cometendo crimes sem nem se aperceberem disso. Por exemplo, já vi alunos tirando fotos escondidas de seus professores, usando seu celular com câmera, e depois criando um blog ou comunidade só para falar mal desse professor. Para mim, essa é uma total falta de noção de como o outro pode ser afetado. A criança e o adolescente já têm tendência a pensarem só em si, mas antes dessas ferramentas as conversinhas ficavam limitadas a poucos ouvidos. Agora o mundo inteiro pode ver como aquele professor é visto e desrespeitado.

Tanto pais como educadores precisam conhecer bem os perigos e ajudarem um ao outro a educarem essas crianças. Valores precisam ser resgatados (como o respeito a autoridades por exemplo!). Novas regras precisam ser ensinadas.

Nós estamos em um período de transição onde pela primeira vez na história, as crianças têm mais domínio da tecnologia do que a maioria dos adultos. E com isso, os adultos estão inseguros e sem saber como orientar bem essas crianças. Alguns até ficam achando que é a criança que sabe melhor as coisas agora. Ledo engano. Eles podem ter mais conforto com a tecnologia, mas continuam sem experiência, sem maturidade para avaliar o que pode ou não pode, sem maturidade social para saber como lidar com as pessoas de maneira respeitosa, enfim, precisam mais do que nunca do resgate de valores, educação e orientação dos adultos para justamente não se perderem nesse meio tão vasto. Os princípios básicos não mudaram na educação, só os meios e ferramentas.

A tecnologia não substitui de jeito nenhum adulto algum. Pelo contrário, torna-os mais necessários para ajudar a criança a não se afogar nesse mar de informações.

Tuesday, June 27, 2006


Eu já vi muitos autores diferentes falando sobre como a tecnologia afeta a criança. Há aqueles que são totalmente contra o uso da tecnologia antes que a criança atinja a idade de poder formalizar pensamentos concretos (como o Prof. Valdemar Setzer da USP), outros estudam as alterações psicológicas que a vivência virtual pode trazer, principalmente para as mentes em formação (como a pesquisadora Sherry Turkle do MIT), e outros ainda que alertam para os perigos do uso de tecnologia na criança pequena (como os autores Jane Healy e Larry Cuban, dos Estados Unidos).

Outros já acham que essa tecnologia está tornando as crianças mais inteligentes, com o desenvolvimento do raciocínio lógico aguçado pelos jogos (como o autor Dan Tapscott, que escreveu o livro Growing Up Digital).

Como eu trabalho com crianças de 10 anos para cima, fico interessada em discutir boas práticas de uso de tecnologia nas escolas e ambientes educacionais, ou mesmo em casa, com crianças menores.

Eu pessoalmente sou a favor do uso de novas tecnologias (jogos no computador, celular, playstation), desde que com moderação e equilibrado com outras atividades para ajudar o desenvolvimento motor fino e grosso.

Outra preocupação é com a segurança das crianças também, que muitas vezes são predadas se deixadas sozinhas na rede. Como pais e professores devem agir?